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Recomendação sobre exercícios para sobreviventes de câncer de mama

Com base na análise de dados de longo prazo sobre a população adulta e nas mais recentes evidências científicas na área da oncologia, um artigo publicado em 2025, no JAMA Network Open, e estudos correlatos consolidam o poder do exercício como a ferramenta mais versátil e eficaz para a saúde e a longevidade. Os pesquisadores não apenas quantificaram a dramática redução nos riscos de mortalidade por todas as causas e por doenças cardiovasculares (DCV), mas também reforçaram a importância da atividade física como uma terapia adjuvante essencial no manejo de doenças crônicas complexas, como o câncer de mama, transformando a prática regular de movimento em uma prescrição de vida.

O primeiro grande incentivo que confirma o poder do exercício é a prova de que qualquer atividade é melhor do que nenhuma. O estudo demonstra que indivíduos que adotaram o volume mínimo recomendado pelas diretrizes de saúde, em geral, 150 minutos por semana de exercício moderado, experimentaram uma redução notável, tipicamente superior a 20%, no risco de mortalidade por todas as causas. Esta evidência é crucial para motivar a população inativa, mostrando que um investimento de tempo relativamente pequeno já é capaz de construir uma base sólida de proteção contra desfechos fatais. Contudo, o poder protetor do exercício atinge seu ápice quando o volume de atividade supera o patamar mínimo. A pesquisa aponta que os participantes que duplicaram ou quadruplicaram o tempo de prática, dedicando-se a um total entre 300 e 600 minutos semanais de exercício moderado, obtiveram a máxima blindagem contra a morte prematura. Para este grupo de indivíduos altamente ativos, a redução no risco de mortalidade por todas as causas pode ultrapassar 30%, com a proteção contra doenças cardiovasculares, a principal causa de morte global, chegando a uma redução de risco de cerca de 38%.

Além da prevenção e da longevidade geral, o poder do exercício se manifesta de forma decisiva no campo da Oncologia, especialmente para pacientes com câncer de mama. A atividade física regular atua como um verdadeiro adjuvante do tratamento. Fortalece a imunidade, ajuda a modular os níveis hormonais (como o estrogênio), reduz a resistência à insulina e diminui a inflamação sistêmica. Todos esses mecanismos biológicos contribuem para um prognóstico melhor, com estudos indicando que a prática de exercícios pode reduzir significativamente o risco de recorrência da doença (câncer) e aumentar a sobrevida específica.

 

O exercício, neste contexto oncológico, é fundamental também para mitigar os efeitos colaterais severos das terapias. Em mulheres com câncer de mama, o treinamento físico demonstrou ser altamente eficaz na redução da fadiga crônica induzida pela quimioterapia e radioterapia, melhora a força muscular e óssea (comprometidas por bloqueios hormonais) e atua na função cardiopulmonar. Ao melhorar a qualidade de vida e a capacidade funcional durante e após o tratamento, o exercício assegura que as pacientes possam aderir melhor aos protocolos terapêuticos e recuperar sua autonomia física e emocional.

Em última análise, as robustas descobertas sobre a mortalidade geral e os avanços na Oncologia demonstram que o poder do exercício é um fenômeno de saúde universal. A associação benéfica da atividade física com a longevidade e a redução do risco de morte permanece consistente ao longo de toda a vida adulta, sendo um fator de proteção insubstituível. Assim, o incentivo à prática regular de movimento, em volumes adequados e sob orientação, deve ser encarado como a mais poderosa “vacina” e o mais eficaz “policomprimido” disponíveis para a prevenção de doenças e para a melhoria da qualidade de vida em qualquer fase, seja para manter a saúde cardiovascular ou para combater a progressão do câncer.

Prof. Dr. Giulliano Gardenghi 

Coordenador Científico da Faculdade CEAFI

Referência

Wilson OWA , Wojcik KM , Rogers LQ, et al. Comunicação sobre exercícios para sobreviventes de câncer de mama : uma revisão sistemática de escopo. JAMA Netw Open. 2025;8(5):e258862. doi:10.1001/jamanetworkopen.2025.8862

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